sexta-feira, 8 de maio de 2020

Em isolamento, e a tal Liberdade?


Quando pensamos em liberdade, pensamos em uma vida livre de toda e qualquer regra. Que engano! A conquista de liberdade é algo diário cujo melhor resultado é o respeito dos outros sobre você. Liberdade exige descartes, negações, limites claros e muita responsabilidade. Em isolamento, se nós estamos sozinhos, o ideal é criar suas próprias liberdades como fazem os pinguins: uma marcha eivada de pequenas decisões, alguns cansaços gostosos e desafios fora dos costumes, mas uma marcha contínua. Liberdade, em isolamento, é envolver-se de bons pensamentos, boas posturas e boas ações que ajustem ou desbastem emoções e pensamentos. Não há total assepsia do corpo e da alma, estamos impuros demais, nossa primitividade é nosso ‘tendão de Aquiles’; mas é inevitável viver e crescer, apesar de. Liberdade é aceitar a incerteza, os riscos e certa exposição emocional; e ainda assim, acreditar que tudo vai mudar para melhor ou que os problemas não são tão grandes ao ponto de não poderem ser resolvidos. Hoje estamos em xeque-mate. A tal primitividade está em xeque-mate. Os vínculos não são os mesmos. De acordo com Brenè Brown, em seu livro, ‘A coragem de ser imperfeito’, algumas perguntas nós devemos nos fazer: 1. O que eu faço quando me sinto emocionalmente exposto? 2. Como me comporto quando me sinto muito desconfortável e inseguro? 3. Estou disposto a correr riscos emocionais? Brown refere-se ao conceito de vulnerabilidade; nós, em isolamento, nos referimos à palavra LIBERDADE e essas perguntas exigem que pensemos sobre ela, principalmente, sobre a liberdade de expressão, que não se refere apenas a fala, mas também aos comportamentos relacionados aos diferentes tipos de convivência, inclusive conosco mesmos. Liberdade como inventário da vida: como pensamos, reagimos, falamos, ouvimos, agimos até aquele momento? Oh como é estranho, duro, difícil! É uma batalha de uma pessoa real com muitas outras imaginárias; e nós nunca chegamos ao ponto de origem. Isso é importante! É só uma forma de voltar a luta com outros pontos de contato cognitivos para continuar a experiência de confiança, reciprocidade, compartilhamento, limites, relacionamento e alguns falências naturais. Humanos entre humanos depois que sairmos de casa vão precisar estar prontos para outras liberdades.

Profª Ms Claudia Nunes (01.05.20)


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