sexta-feira, 8 de maio de 2020

Pensando em confiança, de novo



Na vida, tudo tem um peso. Não apenas as palavras, mas a energia das palavras tem um peso. Um peso que pesa na memória mais afetiva. É difícil pensar nisso, mas esse peso para mim se chama CONFIANÇA. É realmente difícil pensar nisso. No movimento dos dias, juntam-se muitas pessoas e experiências. Nosso organismo, por associação, vai organizando informações e decidindo: isso é importante; isso é aprendizado. Não é um simples sim ou não. É observação, desafio, interesse, pensamento e sentimento: é um esforço intenso. Sinergia de energias criando relações mais coloridas (felizes) e outras, nem tanto (só relações). E nessa sinergia, nós ajustamos os sentidos e criamos a aura da confiança. Há outros que tocam em nossos pontos agradáveis: ponto cheios de informações boas. E o liame se fortalece. Somos confiantes e criamos confianças. Confianças são como tentáculos de um polvo e estes alcançam vários objetos e pessoas, às vezes esquisitas; e, essa onda, planos, risos, planejamentos, gostos, amizades e a própria confiança. E nessa onda, nós criamos expectativas. Puft! Areia movediça pura! É nessa hora que perdemos o contato com a realidade, colocamos antolhos emocionais e... acreditamos sem imaginar que o outro não está na mesma ‘vibe’. É uma bola de neve descendo ladeira íngreme demais. Como afirma “A coragem de ser imperfeito” (ano), “assim como a confiança, a maioria das experiências de traição se acumula lentamente, com uma bolinha de gude de cada vez”. É preciso ter cuidado. “A confiança é um produto da vulnerabilidade que cresce com o tempo e exige trabalho, atenção e comprometimento total”. Total? Eis o erro mortal. Desconfiar, sim, é o coelho na cartola de quaisquer relações. No humano, em algum momento, surge o cheiro da maldade, da ‘puxada de tapete’, e do desinteresse; e ai há a fragmentação das verdades, agora, reconhecidas como cartas frágeis, utilizadas como andaime, numa construção, que ficou apenas no primeiro andar. Sendo assim,“confiança não é uma postura nobre – é uma coleção de bolinhas de gude que cresceu” e, em sua expansão, em algum momento, pode perder seu foco ou sua essência: a sinceridade. Ainda assim, desde que nascemos, nós não vivemos sozinhos; precisamos de apoio; “precisamos de pessoas que nos ajudem na tentativa de trilhar novas maneiras de ser e não nos julguem; precisamos de uma mão para nos levantar quando cairmos (e se você se entregar a uma vida corajosa, levará alguns tombos).” Então como nos precaver: vez por outra, diálogo franco, ajustes emocionais realistas e certa dose de resiliência. Ah, outra coisa: saiba viver sozinho, mesmo com gente demais à volta.

Prof.ª Ms. Claudia Nunes (08.05.20)


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