sexta-feira, 8 de maio de 2020

Quando ‘engolir sapo’ é positivo


Embora saibamos que a vida tem altos e baixos cujos tempos são indefiníveis, vivemos como só os altos fossem importantes. A parabólica quando está em baixa exige outros comportamentos, sentimentos e atitudes. E nesses aspectos, nós vamos ‘engolir sapos’ para sobreviver, conviver e se conhecer melhor. ‘Engolir sapos’ é se silenciar diante das próprias verdades por causa de alguma necessidade que não pode ser perdida. É o silencio sem prévio consentimento. É retesar ideias ou informações em nome da sanidade mental ou social ou mesmo profissional. Mas nem sempre se relaciona apenas a uma situação desagradável, as vezes relaciona-se a necessidade de dar qualidade de vida a outra pessoa cuja consciência está perdida ou confusa demais. Não é fácil lidar com a racionalidade organizada perdida. Ai ‘engolir sapo’ é atenção, paciência, aceitação, afetividade. Nós devemos pensar que o sentido de ‘engolir sapo’ e outras expressões populares dependem do ponto em que estamos na vida e que, por isso, nossas mãos estão atadas quase completamente. A questão não é ‘engolir sapos’; a questão é saber o que fazer com os sapos engolidos. Como podemos fazer essa digestão sem gerar toxinas no corpo e na mente? Não é fácil. As mudanças são muitas. Talvez possamos recuperar distrações antigas e, em alguns momentos, ‘fingir dêmencia’. Talvez devamos aceitar que perdemos a luta e procurar horas de liberdade emocional com aquelas distrações antigas. Talvez possamos acreditar que, no silencio dos próprios raciocínios, reencontremos o outro em suas dependências e possamos ajuda-lo sem julgamentos. Talvez... talvez... e muitos talvezes... E os sapos se esvaem, as mãos param de suar, a chateação encontra a esperança e seguimos em frente até onde der.

Prof.ª Ms Claudia Nunes (26.04.20)



Nenhum comentário:

Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...