Embora saibamos que a vida tem altos e
baixos cujos tempos são indefiníveis, vivemos como só os altos fossem
importantes. A parabólica quando está em baixa exige outros comportamentos,
sentimentos e atitudes. E nesses aspectos, nós vamos ‘engolir sapos’ para
sobreviver, conviver e se conhecer melhor. ‘Engolir sapos’ é se silenciar
diante das próprias verdades por causa de alguma necessidade que não pode ser
perdida. É o silencio sem prévio consentimento. É retesar ideias ou informações
em nome da sanidade mental ou social ou mesmo profissional. Mas nem sempre se
relaciona apenas a uma situação desagradável, as vezes relaciona-se a
necessidade de dar qualidade de vida a outra pessoa cuja consciência está
perdida ou confusa demais. Não é fácil lidar com a racionalidade organizada
perdida. Ai ‘engolir sapo’ é atenção, paciência, aceitação, afetividade. Nós
devemos pensar que o sentido de ‘engolir sapo’ e outras expressões populares
dependem do ponto em que estamos na vida e que, por isso, nossas mãos estão
atadas quase completamente. A questão não é ‘engolir sapos’; a questão é saber
o que fazer com os sapos engolidos. Como podemos fazer essa digestão sem gerar
toxinas no corpo e na mente? Não é fácil. As mudanças são muitas. Talvez
possamos recuperar distrações antigas e, em alguns momentos, ‘fingir dêmencia’.
Talvez devamos aceitar que perdemos a luta e procurar horas de liberdade
emocional com aquelas distrações antigas. Talvez possamos acreditar que, no
silencio dos próprios raciocínios, reencontremos o outro em suas dependências e
possamos ajuda-lo sem julgamentos. Talvez... talvez... e muitos talvezes... E
os sapos se esvaem, as mãos param de suar, a chateação encontra a esperança e
seguimos em frente até onde der.
Prof.ª
Ms Claudia Nunes (26.04.20)
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