Tudo vem dando
certo em sua vida. Sancha está feliz demais. Todo dia algo bom ocorre. Sancha
superestima sistematicamente seu conhecimento e suas capacidades. Mas até que
ponto devemos confiar em nosso conhecimento? Em tudo, nossas amigdalas
cerebrais estão alertas e tensa. É nosso ponto primitivo de sobrevivência.
Sancha estava em uma espiral da ilusão de conhecimento e agia a partir de
prognósticos muito positivos. Entre o que ela realmente sabia e aquilo que
pensava que sabia, havia desequilíbrios e dissonâncias. Mas ela não tinha consciência
disso. Ela acabara de ser promovida e só queria comemorar. Ela esperara muito
por isso. Ela se especializada muito. Em sua mente, várias decisões já tinham
sido tomadas. Ela estava orgulhosa de si. Ela só não percebera que entre o
orgulho e a soberba, a diferença era mínima. Seu convencimento traria
problemas. Suas capacidades tinham limites. Seus sonhos a cegavam. Em tempos de
mais empatia, o outro é um forte participante dos projetos de vida. Não se deve
perder essências e valores, mas também não se deve extrapolar o sucesso ao
ponto de fazer do outro, ou um nada, ou um tapete. Autoconfiança precisa de
controle, principalmente aquela relacionada ao conhecimento. Todo prestígio
relaciona-se às formas de convivência e emocionais junto aos outros. O outro
não deve ser depreciado e nem servir de escada, pura e simples. Sancha não se
dava tempo para tais pensamentos. Ela estava fortalecida, otimista e alucinada.
Sim, alucinada. Toda conquista deve ser sentida por tempo limitado; depois é
vive-la com os pares com respeito e ética. Será que o excesso da sensação de
conhecimento é incentivado ou é nato? Sancha travou diante da pergunta da sua
melhora amiga. Será possível? Depois de uma noite de comemoração, era hora de
ser um pouco mais cética, colocar a ‘cabeça no lugar’ e diminuir suas previsões
de futuro. Não haverá futuro sem o outro.
Prof.ª
Claudia Nunes (29.08.2020)
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