quinta-feira, 8 de abril de 2021

Autoconfiança e soberba

Tudo vem dando certo em sua vida. Sancha está feliz demais. Todo dia algo bom ocorre. Sancha superestima sistematicamente seu conhecimento e suas capacidades. Mas até que ponto devemos confiar em nosso conhecimento? Em tudo, nossas amigdalas cerebrais estão alertas e tensa. É nosso ponto primitivo de sobrevivência. Sancha estava em uma espiral da ilusão de conhecimento e agia a partir de prognósticos muito positivos. Entre o que ela realmente sabia e aquilo que pensava que sabia, havia desequilíbrios e dissonâncias. Mas ela não tinha consciência disso. Ela acabara de ser promovida e só queria comemorar. Ela esperara muito por isso. Ela se especializada muito. Em sua mente, várias decisões já tinham sido tomadas. Ela estava orgulhosa de si. Ela só não percebera que entre o orgulho e a soberba, a diferença era mínima. Seu convencimento traria problemas. Suas capacidades tinham limites. Seus sonhos a cegavam. Em tempos de mais empatia, o outro é um forte participante dos projetos de vida. Não se deve perder essências e valores, mas também não se deve extrapolar o sucesso ao ponto de fazer do outro, ou um nada, ou um tapete. Autoconfiança precisa de controle, principalmente aquela relacionada ao conhecimento. Todo prestígio relaciona-se às formas de convivência e emocionais junto aos outros. O outro não deve ser depreciado e nem servir de escada, pura e simples. Sancha não se dava tempo para tais pensamentos. Ela estava fortalecida, otimista e alucinada. Sim, alucinada. Toda conquista deve ser sentida por tempo limitado; depois é vive-la com os pares com respeito e ética. Será que o excesso da sensação de conhecimento é incentivado ou é nato? Sancha travou diante da pergunta da sua melhora amiga. Será possível? Depois de uma noite de comemoração, era hora de ser um pouco mais cética, colocar a ‘cabeça no lugar’ e diminuir suas previsões de futuro. Não haverá futuro sem o outro.

 

Prof.ª Claudia Nunes (29.08.2020)

 

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