Uma mãe doente. Um
copo de café com leite. Um livro de ficção. E a mente vaga por tempos e
histórias diversas. Sancha viveu muitas emoções. Só que agora, no presente, ela
precisava de uma mente saudável; precisava se recompor diariamente para viver
cada dia; precisava entender e se afastar do outro para respirar; precisava
aprender a assimilar menos emoções alheias; precisava pensar na alegria sobre o
dia de amanhã. Sancha sair mais de si para cumprir o que quer que seja. É o
presente sua vida. É o passado sua força. É o futuro sua oportunidade. Não
havia prisões. Ela já estava fora do piloto automático. No máximo havia um
segredo. Uma força, uma energia, que lhe impulsionava a ir em frente apesar dos
terrenos e das pessoas movediças. Todo dia, na hora do entardecer, uma mãe
doente, um copo de café com leite, um livro de ficção e um tempo para não se
deixar sequestrar pelos terrenos e pessoas movediças. Ontem e amanhã estão no
agora das preocupações e das realizações. Ao entardecer, ela e seus paradoxos
internos. Essa é sua vida, seu sorriso, seu silencio. Nada de ser vítima ou se
sentir refém. Mesmo os ‘sinistros de sangue’ que teimam em cobrir sua casa com
fumaça irrespirável, Sancha não se sentia refém. Ela agradecia e procurava
revisitar constantemente seus sonhos, expectativas, amigos, família e trabalho;
e criar novos ventos às fumaças estranhas e aos sentimentos mais tóxicos,
olhando sua mãe doente; tomando seu copo de café com leite; lendo seu livro de
ficção; e acreditando que as manhãs sempre trazem bons pensamentos, boas
atitudes e pequenas e boas mudanças da realidade e de sua existência.
Prof.ª
Claudia Nunes (17.08.2020)
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