quinta-feira, 8 de abril de 2021

Na escuridão mais profunda...

Escuridão. De repente as cores sumiram. O escuro escondeu o gradiente da vida. Não encontro linhas, pontas, pedaços, pessoas ou luzes. Só observo a escuridão. Sei onde estão as paredes, os quadros, os livros, as panelas e meu café. Sei. Apenas sei. Não invisto na escuridão. Ela simplesmente existe e tem luz própria. A escuridão tem sua luz e chega sem avisar. É uma história antiga cheia de elementos óbvios. Mas eu só observo e deixo meus sentidos falarem comigo. Escuridão. Palheta de tintas muito misturadas grosseiramente. Não há pontos de contato ou de liberdade. Há a escuridão, senhora de si e dominando meu espaço, minha vida, minhas emoções. Corpo treme. Respiração alterada. Muitas histórias na mente. Escuridão dentro e fora. Não adianta disfarces: doces, queijos e vinhos; só adianta experimentar a experiência da presença da escuridão; e tentar boiar sobre ela e observar. Hoje só assim os dias ganham sequência com tons mais cinza.

 

Prof.ª Claudia (18.09.2020)

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