quinta-feira, 8 de abril de 2021

Ler como revelação e conhecimento

Natureza e bem-estar. Para ler é preciso estar com total atenção e plenamente presente, sem pensar em antes ou depois. É desenvolver a capacidade de concentração. É equilibrar emoções entre pertinentes e as outras. Sua essência segue sendo refinada. Se não prestar atenção, perde o enredo, esquece a narrativa e precisa retomar vários trechos de leitura. Então como você lê? Para que você lê? Onde está sua atenção? Estas são perguntas que remexem a questão do ‘leio porque gosto’. Pegar um livro é escolher como o tempo vai passar; é aceitar invadir outras histórias com sua própria história; e é ter atitude para ir até o fim independente do estilo literário. Foi escolha sua! Mas e se a escolha for a errada? Quando isso acontece, sofremos. Sofremos porque reconhecemos que a escolha foi errada; e também reconhecemos que nosso autoconhecimento é falho. Nessa hora, a honestidade é dura, mas um grande remédio. Nós teremos de admitir que, de novo, fomos impulsivos e ignoramos nossa essência. Ao escolher ler, experimentamos o desejo de encontros com outras realidades, mas salvaguardamos nossa essência. Particularmente não compro livros de poesia; tenho senões quanto a crônica; mas amo contos e sou apaixonada pelo romance. Essa sou eu! Ainda assim, vez por outra, descarto o confortável e invisto nas dificuldades e nos diferentes. Ulisses, Frankenstein, A Montanha Mágica, Grande Sertões Veredas, Quarup, terrenos tortuosos, estranhos, tensos, mas, por escolha, todos fontes de minha liberdade de pensamento e sentimento de vida. Leitura passa a ser construção, revelação e qualificação. Então como você lê? Por prática afetiva. Para que você? Para prática afetiva. Onde está sua atenção? Na prática afetiva. Em mundos tão diferentes e fantásticos, ler é olhar para dentro de si à procura de um grande milagre: conhecimento. Experimente essa onda! Saia do confortável! Descortine sua verdade! Drible suas certezas! Abandone o senso comum! Leia até chegar ao centro do seu universo e fortaleça sempre seus sonhos. Que venha Moby Dick!

 

Prof.ª Claudia Nunes (18.08.2020)

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