quinta-feira, 8 de abril de 2021

Jogo do contrário: mudanças

Nós acreditamos que estávamos vendo o mundo muito bem, até que chamam nossa atenção para o contrário. É outra experiência. Outra intuição. Um mundo totalmente novo. Só dá tempo para respirar e viver. Só dá tempo para ouvir e registrar com certa precisão os sons do mundo. Da percepção à ação, há uma tempestade de raios de atividade nervosa exigindo movimento, vontade e relação. Há uma aflição. Mudar é terreno arenoso. Nada é como antes. Todos os hábitos entram em choque, quase térmico. Nós nunca temos consciência disso tudo até que tudo isso precise ser vivido. É experiência sem uma superfície de segurança. E o jeito é aceitar esse jogo do contrário. Em outras palavras, a tempestade de atividade muscular e nervosa é registrada pelo cérebro, mas o que é entregue a sua consciência é algo muito diferente; é resultado da mistura de neuroquímica que perpassa o cérebro até se tornar pensamento. Como a consciência é uma forma de projetar toda a atividade de nosso sistema nervoso em uma maneira mais simples; nós temos que entender e aceitar que mudar é esforço / trabalho próprio para equilibrar dados sensoriais, programas motores, leituras neuroquímicas para combinar informações, prever o que virá a seguir, tomar decisões sobre o que fazer agora; e ir em frente. Toda mudança revela nossa complexidade e fragilidade para lidar com os dias seguintes num mundo sem arestas reconhecíveis.

 

Prof.ª Claudia Nunes (18.09.2020)

 

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