quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A procura da AUDÁCIA perdida


Audácia é o atrevimento que o medo nunca espera.

(Claudia Nunes)

 

AUDÁCIA, elemento que gera coragem para enfrentar as dificuldades cotidianas. É a chamada hora da verdade. É aquele impulso que nos desperta para outros caminhos, outras crenças, outras formas de sentir e agir. Sempre há aquela hora em que é preciso arriscar. Sem medo do olhar alheio, nós sempre temos a hora em que todos os esforços refletem uma atitude e uma conquista. Mas nos dias atuais, cadê a audácia?

O medo é o dono da nossa respiração; impõe barreiras fortes (angústia, ansiedade, insegurança, dúvida); e nos distancia de nossos sonhos e desejos. O medo escapou do seu cerquinho e alcançou espaço demais, em nosso cotidiano. Então cadê a audácia ou a inspiração?

Em vários estudos científicos, nós sabemos que temos uma capacidade de adaptação incrível, mas percebe-se uma crosta psicológica que interrompe nossos insights mais aventureiros. Nós estamos resistentes... duramente resistentes... e extremamente umbilicais. Como nos descascar? Como nos libertar? Como reaprender a voar?

Nos tempos atuais, quando pensamos em mobilizar recursos internos para criar atenção, foco e concentração em busca de objetivos prazerosos, as adversidades imaginadas, por antecedência, nos paralisam. É a hora do engodo, do disfarce, da negação. Não sabemos mais pontuar a vida em areia movediça, em pequenos desequilíbrios, ou em experimentações ‘fora do padrão’. Sem perceber, nós estamos nos perdendo e formando novos seres ‘mecânicos’ e chatos. Como mudar o rumo “dessa prosa”?

Em livros e mais livros sobre desenvolvimento pessoal, a motivação à reconquista da audácia perdida está em saber investir no próprio bem-estar e, para isso, o autoconhecimento é a senha. E, nessa linha, saber gerenciar estresse e ansiedade é o primeiro passo. É algo mais profundo do que apenas “correr risco’: é revitalizar a si mesmo com ferramentas confortáveis e conhecidas.

A busca da audácia perdida se dá na memória que nós visitamos a fim de agir com estratégias afinadas, com as tantas habilidades e conhecimentos, que descobrimos ao longo desse processo. Importante então

ð Saber parar e respirar para reorganizar o pensamento (dormir bem, também serve);

ð Anotar todas as necessidades e responsabilidades (de preferência semana a semana);

ð Tomar decisões calmamente (talvez um pouco cada dia);

ð Experimentar agir ou pensar sem suas crenças de sempre (só um pouquinho...);

ð Entender o momento de procrastinação, mas não ficar nele tempo demais;

ð Assumir seus atos e loucuras (bom demais!);

ð Acreditar em seu direito de ser vulnerável;

ð Se afastar do seu cotidiano ou de sua rotina, vez por outra.

 

Quem tem pouca tolerância ao risco, cujo comportamento é guiado pelo receio, tem uma baixa propensão para o sucesso. A escolha não está entre o sucesso e o fracasso; está entre escolher o risco e lutar pela grandeza, ou não arriscar nada e ter a mediocridade como certa. Por isso, quando, vagarosamente, nós decidimos sentir, pensar e agir de outro jeito, nós criamos um ambiente de exercício de nós mesmos, num mundo que antes nos metia medo. É nesse processo que vencemos medos, ansiedades, incertezas; e diminuímos o nível das reclamações. É nesse processo que o erro, as decepções e as perdas vão se transformando em aprendizado.

Audácia é uma atitude de sobrevivência às noites de vida suspensa.

 

Prof.ª Claudia Nunes (30.06.2021)

 

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