Ruídos são
interessantes. Eles chamam nossa atenção, mas são pouco identificáveis. Tempo
de ruídos é um tempo de pouco equilíbrio. Tempo em que não conseguimos dar
conta direito de nós mesmo. Somos únicos, eu sei, mas até a singularidade
precisa de barulho, não de ruídos. Sancha passava por um grande ruído de vida.
Estava desconfiada, cansada, enjoada, chata mesmo. Ao seu redor, o fluxo
natural da vida estava emaranhado como um carretel de linha embaraçado. Ela
precisava acolher mudanças, recuperar sua linha de sentimentos e parar de se
machucar. E os ruídos não cessavam.
Ruídos causam
insanidade nas decisões e nas atitudes; causam revoltas internas e loucuras
externas; e causam constantes lunatizações dos prazeres e das alegrias. Nem
parece que somos humanos. Robôs! Sancha estava robotizada ou pior ‘lunatizada’.
Ela nem sabia como tudo aconteceu; apenas reconhecia as sensações. Todos diziam
que ela precisava entender, seguir, sorrir. Como assim? Lunatizada, sozinha e
cheia de ruídos, como sorrir? Os ruídos chegaram para minar seus abraços e
olhares; e inutilizaram parte do seu futuro. A melhor coisa seria então um
esconderijo, parcialmente escuro, música ao fundo, certo definhar de tudo e
esperar o ruído passar. Com ruído não se briga; se vive e aprende. Um dia, ela
conseguirá... Por hoje, só o recolhimento a salvara...
Prof.ª
Claudia Nunes (07.05.2021)
Nenhum comentário:
Postar um comentário