sábado, 28 de janeiro de 2023

Pensando consciência com Damásio


Lendo Damásio e pensando em consciência. É um desafio. Em tempos pandêmico, é um enorme desafio ter consciência de si e controlar a crueldade da mente. O sistema nervoso funciona bem com hábitos. E hábitos tem dupla personalidade: são confortáveis e degradantes. Eles nos fazer conhecer e pensar adequadamente, mas como trabalham sob a égide do piloto automático, eles oferecem mil obstáculos para nossos desejos de mudança. Mudar é quebrar hábitos e, em terreno confortável, quebrar o processo e investir no desconhecido é amedrontador. Do hábito ao desejo de mudança: a consciência.

Hoje falamos em resiliência, empatia e autoconhecimento, mas nossas memórias (experiências emocionais e cognitivas), base da nossa autoconsciência, resistem às mudanças mesmo com o reconhecimento de que estamos numa trajetória de perdas, angustias, tristezas e fracassos. Segundo Damásio, a consciência é fruto da necessidade básica de nos mantermos vivos, as vezes de forma automática, as vezes de maneira complexa. Nós precisamos estar atentos a certos cuidados básicos evitando a presença de emoções toxicas crônicas, a vivência de perigos exagerados, a excessiva introdução de alimentos e tempo demais em relações pessoais ou profissionais que não signifiquem mais nada. Difícil? Muito!

De acordo com Damásio, os seres humanos são muito complexos: além de precisarem manter a vida de uma forma simples, eles têm que se adaptar a um ambiente cheio de dificuldades para obter energia e se expõem a inúmeros perigos e oportunidades. Então para pulverizarmos os desafios negativos, nós devemos desenvolver sistemas complexos de imaginação, criatividade e planejamento. E assim, surge a consciência.

Primeiro é preciso sentir e reconhecer quem se é com tudo o que se experimentou na vida. É o que o senso comum diz como “encarar o medo”. É a consciência que faz com que não nos identifiquemos com um robô, uma máquina manipulável.

Nesta perspectiva, nós temos a capacidade de guiar a imaginação e conduzir a criatividade para o bem-estar, o pensamento estratégico, a escuta sensível, o entendimento da dor e do sofrimento, e enfim respeitar os outros. Ao saber quem somos podemos nos diferenciar do outro e entender a intensidade e extensão do que vivem. Interessante? Sim! Mas o grande desafio hoje é saber resolver os conflitos internos, principalmente quando os hábitos (mesmo os tóxicos) são confortáveis e seguros.

Superar a rotina emocional e se jogar no desconhecido, em muitos casos, exige ajuda profissional intensa. Você se conhece realmente? Como encara seus desafios? De acordo com Damásio, quando conhecemos os mecanismos que acionam a ansiedade, a tristeza e a alegria, podemos entender melhor como somos e podemos minimizar certos desafios / conflitos. Ou seja, quando admitirmos que nossa razão é influenciada e reconfigurada pelas emoções, nós poderemos nos tornar mentes melhores.

 

Prof.ª Ms. Claudia Nunes (17.10.2021)

 

Referencias:

DAMASIO. O Mistério da Consciencia.

Revista SuperInteressante. http://cultcarioca.blogspot.com.br/2012/01/antonio-damasio-entrevista-origem-da.html?spref=fb Visto em 16.10.21.

 

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