Lendo Damásio e pensando em
consciência. É um desafio. Em tempos pandêmico, é um enorme desafio ter
consciência de si e controlar a crueldade da mente. O sistema nervoso funciona
bem com hábitos. E hábitos tem dupla personalidade: são confortáveis e degradantes.
Eles nos fazer conhecer e pensar adequadamente, mas como trabalham sob a égide
do piloto automático, eles oferecem mil obstáculos para nossos desejos de
mudança. Mudar é quebrar hábitos e, em terreno confortável, quebrar o processo
e investir no desconhecido é amedrontador. Do hábito ao desejo de mudança: a
consciência.
Hoje falamos em resiliência,
empatia e autoconhecimento, mas nossas memórias (experiências emocionais e
cognitivas), base da nossa autoconsciência, resistem às mudanças mesmo com o reconhecimento
de que estamos numa trajetória de perdas, angustias, tristezas e fracassos.
Segundo Damásio, a consciência é fruto da necessidade básica de nos
mantermos vivos, as
vezes de forma automática, as vezes de maneira complexa. Nós precisamos estar atentos
a certos cuidados básicos evitando a presença de emoções toxicas crônicas, a
vivência de perigos exagerados, a excessiva introdução de alimentos e tempo
demais em relações pessoais ou profissionais que não signifiquem mais nada.
Difícil? Muito!
De acordo com Damásio, os
seres humanos são muito
complexos: além de precisarem manter a
vida de uma forma simples, eles têm que se adaptar a um ambiente cheio de
dificuldades para obter energia e se expõem a inúmeros perigos e oportunidades. Então para pulverizarmos os
desafios negativos, nós devemos desenvolver sistemas complexos de imaginação, criatividade e
planejamento. E assim, surge a consciência.
Primeiro é preciso sentir e
reconhecer quem se é com tudo o que se experimentou na vida. É o que o senso comum
diz como “encarar o medo”. É a consciência que faz com que não nos
identifiquemos com
um robô, uma máquina manipulável.
Nesta perspectiva, nós temos
a capacidade de guiar
a imaginação e conduzir a criatividade para o bem-estar, o pensamento estratégico, a
escuta sensível, o entendimento da dor e do sofrimento, e enfim respeitar os
outros. Ao saber quem somos podemos nos diferenciar do outro e entender a
intensidade e extensão do que vivem. Interessante? Sim! Mas o grande desafio
hoje é saber resolver os conflitos internos, principalmente quando os hábitos
(mesmo os tóxicos) são confortáveis e seguros.
Superar a rotina emocional e
se jogar no desconhecido, em muitos casos, exige ajuda profissional intensa.
Você se conhece realmente? Como encara seus desafios? De acordo com Damásio, quando
conhecemos os mecanismos que acionam a ansiedade, a tristeza e a alegria,
podemos entender melhor como somos e podemos minimizar certos desafios / conflitos. Ou seja, quando admitirmos
que nossa razão é influenciada e reconfigurada pelas emoções, nós poderemos nos tornar mentes melhores.
Prof.ª
Ms. Claudia Nunes (17.10.2021)
Referencias:
DAMASIO. O Mistério da Consciencia.
Revista SuperInteressante. http://cultcarioca.blogspot.com.br/2012/01/antonio-damasio-entrevista-origem-da.html?spref=fb Visto em 16.10.21.
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