Um dia algo acontece e só ficamos com
lembranças. Já perdeu um amigo, um emprego, um objeto, um tempo, um sonho? Pois
é... só ficam as lembranças. Elas são nossas bagagens mais constantes. Não
vamos à lugar algum sem elas. Só que dizem: ‘não é bom viver no passado’ ou
‘... de lembranças’. Além delas, surge outra palavra: limite. Não sei se há
razão nisso. Apenas sei que qualquer perda é inevitável; lembrar é busca de
equilíbrio e/ou de segurança; mas é preciso aproveitar a vida. Por gratidão,
para superação, por liberdade ou pela cura geral, nós precisamos saber cair,
levantar e continuar caminhando, utilizando as lembranças como força motriz da
existência. É uma outra experiencia de realidade. Sentir, lembrar, pensar e
agir, ações que alimentam o movimento das respirações mais criativas e livres.
Então ‘olhar para trás’ é outra forma de fortalecer tudo o que se viverá na
frente. Esqueçam a questão de ser um ato aprisionador. ‘Olhar para trás’ é
reconhecer a existência de uma memória favorável às novas atitudes ou aos novos
sentimentos. Vamos lembrar sim! Vamos falar sim! Nem sempre o apego é ruim.
Apegos também servem para que não erremos do mesmo jeito ou para escolhermos
melhor nossas decisões de vida. De que adianta tem portas abertas ao mundo, se
não temos força para NOS enfrentar? Apego assim torna-se amor a si mesmo; forma
de segurança; e terreno dos confortos ou das pranchas das quais podemos pular
para vivenciar profundamente o futuro. Pensem nisso e ‘olhem para trás’ sempre
que se sentirem desengonçados em suas emoções. Nós nos realizamos na solidão
dos outros ou no barulho de nossas memórias. Experimentem...
Prof.ª
Claudia Nunes (22.05.2021)
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