Anos estudando e, de repente, ela vive
distraída. Anos aprendendo e agora ela é a descuidada e a esquecida. O que aconteceu?
Sancha respira com profundidade sem saber o que lhe aconteceu. Ela apenas não
era mais a mesma. O que aconteceu? O tempo. Isso! O tempo aconteceu e a idade
chegou. Níveis de concentração ruins ou interesses outros? Ela não sabe. Apenas
sente que o tempo chegou e ela é outra pessoa. Como prestar atenção? Como ter
tempo de qualidade? Respirando ela pensa: “vivemos num mundo de tentações.
Estas criam necessidades superficiais e/ou irreais. E enfrentando essas rotinas
seguras, nosso sistema nervoso se adapta. Sistema nervoso se adaptando aos
prazeres e perdendo a capacidade de se desligar dessas rotinas. Resultado: nós
esquecemos nossa essência e vivemos por obrigação”. Chato! O movimento torna-se
uma certeza coletiva, não a soma dos nossos sonhos singulares. Então o tempo
exige ação, ação e ação; nunca emoção, ação e plenitude. Informação input;
nunca reflexão output. E aí mil conexões, distrações, descuidos, esquecimentos
e desculpas. Sancha precisava recuperar o foco, a concentração e o propósito. Como?
Sem perder ou entender o tempo. Este é parceiro da vida, nunca seu dono. Ontem
inclusive ela foi chamada de ‘procrastinadora’. Susto! Respirando ouviu uma
amiga: “não culpe o tempo, culpe a falta de direção; não é falta de tempo, é
falta de sonho. O sonho modifica tudo, inclusive o sistema nervoso. O sonho é o
melhor foco humano. Toda rotina é construída com sonho / foco: eis a capacidade
evolutiva humana. Então a pergunta é: por que sua atenção foi sabotada? Ou
quando ela se perdeu? Quando você conseguir responder a isso, poderá se
controlar quando situações semelhantes surgirem. Quando você conseguir
responder a isso reconhecerá o poder de duas palavras: controle e compromisso”.
Sancha, em silencio, pensa: “é... tem razão... o mundo é um distrator nato...
sempre foi... agora, diante da imersão tecnológica, isto ficou mais denso e
complexo... então não temos um problema, temos um desafio”. Diante de uma
disputa tão acirrada pela nossa atenção, devemos recriar o poder do equilíbrio
emocional, experimentar o autoconhecimento e ter mais disciplina. Sugestões:
exercite sua atenção; sua memória; seus prazeres (música, dança, literatura,
jogos, amigos etc.); seus sentidos, principalmente a escuta (audição); seu
corpo (saúde, descanso, alimentação, sono); seu intelecto (estratégias,
planejamentos, prioridades); sua capacidade de empatia e resiliência; suas
certezas; e sua mente (medite). Tudo no ritmo certo: O SEU!
Prof.ª
Claudia Nunes (25.05.2021)
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