quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

e de repente, respiração e maquiagem...


E de repente uma respiração em suspenso. E de repente um mundo silencioso, confuso e bagunçado. E de repente um abismo separando duas realidades: uma ‘de sempre’ e a novidade. Sancha sentia a planta do pé no vácuo. Como nadar no fundo do oceano, ela se debatia e se movia sem rumo. O de repente trouxe olhares laterais, expectativas, decisões e a loucura da desarmonia emocional. Ela não era mais ela. Ela era um pedaço de um grande quebra-cabeça que alguém insano misturou com requintes de crueldade. Não havia lição. Não havia dados. Não havia tesouros. Havia fragmentos, larvas e uma tempestade de estímulos. Dias passam. Meses passam. E Sancha tinha duas moedas de troca: seu sorriso e sua ironia. Era um mundo de sussurros, penumbras e milhares de escolhas; mas seu sorriso e ironia sacavam comportamentos alheios menos delirantes ou grosseiros. O que ela precisava saber? Como afirma Shakespeare ‘era muito barulho por nada”. Isso! Nada! Ela não precisava saber nada! Tudo, uma hora alcançaria volume máximo e a sua voz seria respeitada. Então, em tempos de pandemia, sorriso e ironia; silencio e harmonia; fé e muita sintonia. Não haveria respostas; só desafios, permissões e autoconhecimento. Sancha não tinha mais tempo. De nariz empinado e sem bagagem inútil, ela assumiu seus instintos, sua intuição, algumas manias e caprichou na maquiagem. Tchau!

 

Prof.ª Claudia Nunes (12.05.2021)

 

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