E de repente uma
respiração em suspenso. E de repente um mundo silencioso, confuso e bagunçado.
E de repente um abismo separando duas realidades: uma ‘de sempre’ e a novidade.
Sancha sentia a planta do pé no vácuo. Como nadar no fundo do oceano, ela se
debatia e se movia sem rumo. O de repente trouxe olhares laterais,
expectativas, decisões e a loucura da desarmonia emocional. Ela não era mais
ela. Ela era um pedaço de um grande quebra-cabeça que alguém insano misturou
com requintes de crueldade. Não havia lição. Não havia dados. Não havia
tesouros. Havia fragmentos, larvas e uma tempestade de estímulos. Dias passam.
Meses passam. E Sancha tinha duas moedas de troca: seu sorriso e sua ironia.
Era um mundo de sussurros, penumbras e milhares de escolhas; mas seu sorriso e
ironia sacavam comportamentos alheios menos delirantes ou grosseiros. O que ela
precisava saber? Como afirma Shakespeare ‘era muito barulho por nada”. Isso!
Nada! Ela não precisava saber nada! Tudo, uma hora alcançaria volume máximo e a
sua voz seria respeitada. Então, em tempos de pandemia, sorriso e ironia;
silencio e harmonia; fé e muita sintonia. Não haveria respostas; só desafios,
permissões e autoconhecimento. Sancha não tinha mais tempo. De nariz empinado e
sem bagagem inútil, ela assumiu seus instintos, sua intuição, algumas manias e
caprichou na maquiagem. Tchau!
Prof.ª
Claudia Nunes (12.05.2021)
Nenhum comentário:
Postar um comentário