Na atual
conjuntura, o verbo é aceitar. Não adianta espernear: é aceitar ou aceitar.
Todos os limites dos sentidos foram murados e tapados. Andamos aos saltos,
solavancos e sustos. Nós caímos em nossas próprias armadilhas: não sustentamos
o resultado de nossas inovações ou experiências. Nós perdemos a mão e
esvaziamos o planeta de forma abrupta. Então é aceitar ou aceitar. Às vezes,
quando nos permitimos ser tudo o que desejamos, a ação de aceitar é estranha,
mas possível. Ela surge avassaladora e não sabemos bem o que fazer: ela é só
possível. A frase ‘cuidado com o que deseja’ cabe bem nessa hora. Todo desejo é
amplo. Toda conquista é limitada. Então aceite. Tudo o que nos acontece é
permissão. Sem remorso ou culpa, aceite. Aceite com todos os sentidos, mas saiba
priorizar o que irá sentir. Aceite tudo que agregue valor, mas finja demência
quando supor uma dor. Aceite ouvir, nunca acreditar. Aceite aprender, nunca repetir.
Aceite, pense e palpite de coração. Aceite, mas não fira sua essência ou
verdade. Aceite as diferenças sendo muito mais você ou argumente melhor. Aceite
e tenha coragem, sem acobertar desvãos ou desvios, porque não vai adiantar. É
importante saber trilhar sem ter que trilhar. É fundamental aceitar, evoluir e
mudar, mesmo em dor profunda. Sim! Aceitar não é senha do ‘para sempre’.
Aceitar é se equilibrar para buscar novos pulos ou outras portas. Não é fácil!
Hoje, não é fácil mesmo! Sorrateiramente, nós ficamos plasmados em espaços
afetivos; reduzidos em nossos tentáculos; e em mudança irreverente. É a dor
fazendo arte. Aceite, aceite e aceite; mas também dê porosidade a esse aceitar.
Nós estamos em desenvolvimento e montando novos andaimes para sobreviver. Na
atual conjuntura, o verbo é aceitar, respirar, sorrir e lutar...
Prof.ª
Claudia Nunes (18.05.2021)
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