quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

SANCHA contra ansiedade


E o coração parecia que iria parar. Havia um suor absurdo em todo corpo. Sancha não entendia o que estava lhe acontecendo, mas seu organismo parecia um vulcão em erupção: tudo desajustado. Sua noite também foi apavorante. Ela pensou que morreria. Única opção: RESPIRAR profundamente pelo tempo que fosse. Respirar para sobreviver. O que lhe acontecia? A vida lhe trouxe muitos desafios e muitas responsabilidades. Sua realidade estava de ponta a cabeça. Todo dia, ela sabia que muitas decisões precisavam ser tomadas logo. Decisões que nunca lhe couberam, mas agora faziam parte do seu dia a dia. Respirar, respirar e respirar. Fechar os olhos, respirar e tomar conta das batidas do coração. A vida passava em sua mente sem linearidade. Sua memória a distraia da sensação ruim. Será estresse? Será ansiedade? Sua vida, sua angustia, suas incertezas atravessavam sua mente, mudando suas emoções e razões. Ela respirava e acessava medos e inseguranças. Respirar e oportunizar o desenvolvimento do autoconhecimento, de ouro jeito: tenso... Ela não podia paralisar ou se perder. Era respirar e diminuir a inquietação. Ela não conseguia pensar nos motivos pelos quais chegara a esse momento perturbador, apenas sentia todos os sintomas. “Será que vou morrer? Ansiedade mata? Respira! Respira! Não há perigo nenhum!”. Respirar e pensar no trabalho do dia seguinte. Respirar para controlar sua saúde física e mental. Respirar pensando num mar calmo, cheio de ondas ritmadas. Respirar e relaxar pra pensar e viver. Respirar e entender que excesso de preocupação; múltiplas responsabilidades; medo profundo; mania de perseguição; diarreias contínuas; alimentação compulsiva; são sintomas das exigências ditatoriais do mundo. O funcionamento do seu organismo era muito mais positivo. Era preciso parar, respirar, respirar e continuar com mais calma. “Eu não vou morrer! Eu preciso viver! Estou evoluindo, aprendendo aos solavancos, e é a razão desses sintomas estranhos”. Levantando do chão, Sancha arrumou a mesa, pôs um copo de vinho, uma música e invadiu sua literatura. Era uma nova respiração, com riscos reais, mas com muito oxigênio, imaginação, emoção e gratidão. “Eu sobreviverei!”.

 

Prof.ª Claudia Nunes (27.05.2021)

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